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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Wikipedia e os Curadores

Navegando pelo FAQ da Wikipedia, encontrei a seguinte pergunta/resposta:

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Pergunta: Eu tenho que me registrar? Não posso simplesmente editar artigos de forma anônima?

Resposta: Wikipedistas registrados usufruem de vários benefícios. Entre eles está a reputação positiva que acompanha um trabalho de qualidade. Wikipedistas veteranos são respeitados, principalmente no que diz respeito a acabar com disputas envolvendo artigos. Isso não quer dizer que exista uma hierarquia na Wikipedia - apesar de que haja editores com habilidades administrativas (veja Wikipedia:Administradores), eles são aprovados pela comunidade, e o objetivo da maioria dos wikipedistas é mostrar que a democracia, ainda que com um toque anarquista, continua sendo o poder supremo na Wikipedia. Além disso, os wikipedistas com nomes de usuário estão, de certo modo, mais anônimos que os contribuintes que não estão logados: enquanto todos podem ver o endereço IP do usuário que não está logado, apenas administradores de rede têm o poder de reconhecer o IP do usuário logado. Portanto, se você está preocupado com privacidade ou anonimato, talvez você prefira se cadastrar para esconder seu IP.

Contudo, se você quiser continuar à margem, não há problema em editar sem logar-se no sistema. Muitos contribuidores valiosos optaram por fazê-lo. Localização.

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Repare como, até em um ambiente em que se pretende um caos-criativo, se utilizam expressões negativas para o não-enquadramento. Quando escrevo nos posts anteriores sobre a nação-homem ou o homo-comunnis é sobre essa tendência humana à hierarquia, a se localizar dentro do espectro social.
Entendeu? Então....

Continua.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Alteias, tributos e os curadores-executivos

No post anterior escrevi:
"Dentro do conceito de alteias, ... cada um com seu curador-executivo, ao qual todos pagarão tributos intelectuais e pecuniários. Recriando a estrutura que emergiu da nação-homem..."

Quero destacar alguns pontos:
a) curador-executivo,
b) tributos intelectuais e pecuniários e
c) recriar a estrutura "natural".

Veja a opinião do escritor, artista e ativista digital Fran Ilich:
"Acho que existem muitos mitos sobre a web que temos de rever: o fato de ser democrática ou transparente ou educativa", acredita. "Há muita censura, invisível para a gente que vive nas cidades, mas muito sofisticada."
...
"A rede deveria ser um patrimônio da humanidade, não o patrimônio de alguém", destaca. "Nesse sentido, nas ruas das cidades existem espaços públicos, mas o mesmo não ocorre com a internet. Você tem espaços ‘.net’, que são redes, ‘.edu’, que são escolas e universidades, ‘.gov’, que são os governos - mas não há algo que seja neutro. Tudo é propriedade."
Leia a íntegra aqui.

Acredito que a leitura dele está correta e (vamos lá...) a expectativa dele de pregar uma web-livre é de uma ingenuidade sem-fim. Não que seja um esforço inútil. Pelo contrário. As utopias nos mantém no rumo! É necessário expandir os limites do possível sempre!
Porém (essa palavra é covarde...), claramente, no fundo, o ser humano é um bicho social, afeito a hierarquias.
Na medida em que as web-ferramentas tornam-se de fácil utilização, o homo-comum (em contraposição a um homo-sapiens-sapiens-branco-rico-letrado e um trocadilho com o homo-communis) pode participar e imprimir à face da web os contornos característicos do animal-social.

Bom, entendeu? Então...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

IA, VE, CCC e o fundo.


Bom, o Cazuza diria: "...na tua orelha fria, contar segredos de liquidificador". Vou me utilizar da parte referente ao eletrodoméstico para mixar curadoria, colaboração, cauda longa, inteligência analítica e (será que eu sei o que estou fazendo?...) vigilância epistêmica. Digo "segredo", pois entendo que a internet é um bisturi e não uma metralhadora (quem quiser saber mais, deixe um comentário que eu explico).
(Tomando fôlego)
A medida que tenhamos comunidades colaborativas (na forma dos tais de "mega-nichos") compondo uma longa cauda de web-aldeias ou alteias (gostei disso! gostei disso! tomara que ninguém tenha dito isso antes...só vale para o português mesmo), cada qual sob a curadoria de mentes analíticas/vigilantes, teremos à nouveau a sensação de partilhar segurança e ninho (ou seria nicho?).
De qualquer forma, esta é a minha proto-conclusão: teremos estruturas formadas por nichos-curatórios, cada qual formando novos mega-nichos, com mega-curadorias, umas englobando (ver imagem deste post) as outras, até o englobamento final virtual de todos os nichos no ninho-humanidade.
Caberá a cada um de nós, dentro de seus focos de interesse, articular e reconhecer os curadores, guardiões, instituição-pessoa ou instituição-grupo reconhecidos pelos nichos do mesmo nível, dos de cima ou de baixo.
Dentro do conceito de alteias (gostei disso! gostei disso! tomara que ninguém tenha dito isso antes...), exis-tirão/tem nichos-quarteirão, nichos-bairro, nichos-municípios, regiões, estados, países, continentes, cada um com seu curador-executivo, ao qual todos pagarão tributos intelectuais e pecuniários. Recriando a estrutura que emergiu da nação-homem, replicando-a, virtualizando-a turbinada pelas potencialidades digitais.

Bom, entendeu? Então...

Você tem coragem de entrar nessa discussão?

Continua...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cuidado com o que Ouvem, Leêm, Navegam...

Estava falando em Inteligência Analítica e, ao ler o artigo no Stephen Kanitz na Revista Veja de 03/10/07, me deparei com um novo nome para o mesmo conceito: Vigilância Epistêmica.
Parece que não sou o único interessado em chegar ao fundo das coisas... Entendeu? Então...
Essa information-loose era, que segundo o Kanitz "...estamos na realidade na "Era da Desinformação", de tanto lixo e "ruído" sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar. É mais uma conseqüência dessa visão neoliberal de que todos têm liberdade de expressar uma opinião, como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de ser emitidas."
Entendeu? Então... Continuamos à procura do fundo!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

CCC e a Inteligência Analítica

Estava eu pensando em curadoria, colaboração e cauda longa, quando recebi um e-mail falando a respeito do conceito de Inteligência Analítica. Isto parece ser mais um desses modismos gerências harvardianos... O que me pareceu interessante é que, ao invés de ser ou apresentar respostas para os desafios gerências das empresas, trata-se de um conceito que se apóia na curiosidade, nas perguntas. Ele não mostra o fundo, más induz a construí-lo a partir do "universo em expansão de informações" (gostei disso...). E para essa construção é necessária a tal da inteligência analítica.
Voltando ao CCC (será que eu deveria escrever com minúsculas? Não quero que pensem que se trata do funesto Comando de Caça aos Comunistas), acredito que eles pressupõem uma habilidade que, neste momento, eu chamaria de Inteligência Analítica. Ou seja: a capacidade de analisar de modo inteligente um cabedal infindável de informações e extrair disso um nexo qualquer que possa ser "útil".
Preciso fazer uma ressalva: não estou utilizando esse termo na acepção americana, de coisa útil, ferramental. Estou usando-o no sentido latino de coisa-nuvem, de predisposição romântica para o bem, de um saber que consegue discernir - de um todo - os significados a ele imiscuídos. Concordo quando diz Caetano:
Americanos são muito estatísticos / Têm gestos nítidos e sorrisos límpidos / Olhos de brilho penetrante que vão fundo / No que olham, mas não no próprio fundo.
Utilizo e sugiro a interpretação de inteligência analítica como algo que nos permita compreender o nosso próprio fundo. Compreender o que faz sentido a cada um de nós, dentro desse "tudo-pode-tudo-vale" informacional. E, para isso, precisamos de inteligência e de capacidade de análise. Características fundamentais a um curador, a um colaborador, a um navegador da cauda longa.
Em tempo: o conceito de inteligência analítica foi trazido a tona pelo escritor Tom Davenport, num artigo da Harvard Business Review em janeiro de 2006.

Continuaremos...